Em 2025, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) continua a priorizar o financiamento ao agronegócio, refletindo uma tendência observada desde 2018. Em 2024, o banco aprovou R$ 52,3 bilhões em financiamentos para o setor agropecuário, representando um aumento de 26% em relação ao ano anterior e 92% em comparação com 2022. Esses recursos foram destinados a produtores rurais, cooperativas, agricultores familiares e agroindústrias, visando à ampliação da produção, aquisição de máquinas e equipamentos, armazenagem e inovação.
Por outro lado, o crédito aprovado pelo BNDES para a indústria superou o destinado ao agronegócio pela primeira vez desde 2016. Em 2024, o banco aprovou R$ 64,17 bilhões para o financiamento de bens de capital, como máquinas e equipamentos, representando um acréscimo de 20% em relação a 2022. Essa mudança reflete uma política pública voltada para a neoindustrialização do país, com foco na inovação e no fortalecimento da indústria nacional.

Economistas e senadores têm expressado críticas à priorização do agronegócio pelo BNDES. Especialistas como Rubens Ricupero argumentam que o banco, criado com o intuito de alavancar o parque industrial brasileiro, deveria focar mais no setor industrial, que enfrenta dificuldades estruturais e carece de financiamentos com juros baixos e prazos longos. Ricupero sugere que o agronegócio, sendo altamente rentável, poderia obter recursos por meio de mecanismos próprios e separados, sem comprometer os recursos destinados à indústria .

Em resposta, o BNDES destaca que sua missão é apoiar as diversas estruturas produtivas do Brasil, incluindo o agronegócio, que desempenha um papel estratégico na economia nacional. O banco enfatiza que, apesar do aumento no crédito ao setor agropecuário, também tem reforçado o apoio à indústria, especialmente por meio do programa Nova Indústria Brasil, que visa à inovação e ao fortalecimento da capacidade.
Essa dinâmica entre o financiamento ao agronegócio e à indústria reflete as estratégias do BNDES para equilibrar o desenvolvimento econômico do país, atendendo às demandas de ambos os setores enquanto busca promover a inovação e a sustentabilidade.








Deixe um comentário