Declarações envolvem denúncias de conduta antiética, misoginia e interferência política na Comissão Especial de Inquérito (CEI)
Durante pronunciamento oficial na Câmara Municipal de Bauru, a vereadora Estela Almagro fez uma grave denúncia contra o secretário de Desenvolvimento Econômico do governo da prefeita Suéllen Rosim, Jurandir Posca. Em sua fala, Estela o acusa de comportamento antiético, de emitir comentários misóginos e depreciativos, e de tentar influenciar indevidamente os rumos da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga possíveis irregularidades na atual gestão municipal.
Segundo a vereadora, Jurandir teria distribuído áudios em grupos de WhatsApp afirmando, com antecedência, que a CEI seria encerrada sem apresentar resultados concretos — algo que ainda não havia sido oficialmente confirmado. “Antes mesmo que a CEI dissesse que ia caminhar para o encerramento, ele já estava espalhando áudios dizendo que isso aconteceria. Isso é muito grave. Isso mostra que os rumos da comissão podem estar sendo definidos dentro do gabinete da prefeita, com acompanhamento de secretários. Isso fere a ética e a autonomia do Legislativo”, afirmou.
Além da suspeita de vazamento e tentativa de interferência, Estela afirmou que, no mesmo áudio, o secretário utilizou expressões ofensivas e misóginas para se referir à denunciante envolvida no processo. “As falas são depreciativas, de conotação sexual. Ele faz comparações que remetem a publicações e filmes pornográficos, o que é completamente inaceitável para um servidor público”, denunciou.
Estela ainda acusou Jurandir de afirmar que a denunciante teria sido “usada” por dois vereadores da casa. “Ele precisa dizer quem são esses vereadores e como se deu essa relação. Ele insinua, mas não apresenta provas. Isso é mais uma quebra de ética.”
A vereadora ressaltou que, mesmo com o possível encerramento da atual CEI, outras medidas continuarão sendo tomadas. “Vamos seguir com outras ações. Se essa comissão for encerrada hoje, não significa que o caso se encerra. Muito pelo contrário.”
Estela também criticou o que classificou como “blindagem política” por parte da prefeita Suéllen Rosim e aliados, e cobrou independência para a Comissão de Fiscalização e Controle, destacando que a própria prefeita ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIM) para limitar o acesso da comissão a informações públicas.
A fala da vereadora gerou repercussão imediata no plenário. O vereador Sandro Bussola, presidente da comissão, reconheceu o conteúdo dos áudios distribuídos por Jurandir Posca e disse que, apesar de considerar o secretário uma pessoa séria, ele deve prestar esclarecimentos. “Acho que ele tem que responder por isso, sim. Mas ele não manda na Câmara, ele não comanda o Legislativo. Quem tem mandato são os 21 vereadores”, ponderou Bussola.
A Câmara agora analisa se acolherá o pedido de Estela para ouvir formalmente o secretário. O episódio lança nova luz sobre a tensão entre Executivo e Legislativo em Bauru e reforça o debate sobre a conduta ética de agentes públicos.
A Prefeitura de Bauru e o secretário Jurandir Posca ainda não se manifestaram oficialmente sobre as acusações.








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