Bauru (SP) – 03 de outubro de 2025
Moradores dos bairros Ouro Verde, Vila Independência e outras regiões da Zona Oeste de Bauru enfrentaram mais um capítulo da crise hídrica que se arrasta há anos na cidade. A promessa da retomada do abastecimento de água para este sábado (4) foi frustrada após uma mudança repentina no calendário de rodízio anunciado pela Prefeitura, gerando revolta e sensação de abandono por parte da população.
De acordo com o cronograma anterior, divulgado pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE), os bairros afetados receberiam água por algumas horas no sábado, após três dias de torneiras secas. No entanto, uma alteração de última hora, determinada pela prefeita Suéllen Rosim, reverteu a decisão e estendeu o período de desabastecimento, que agora pode ultrapassar os cinco dias em algumas residências.
A mudança causou indignação entre os moradores, que relatam dificuldade para manter a higiene pessoal, preparar alimentos e realizar tarefas básicas do dia a dia. “É um descaso total. A gente se programa com base no que eles falam e de uma hora pra outra mudam tudo. Parece castigo”, disse Maria do Carmo, moradora da Vila Independência.
A Prefeitura não explicou detalhadamente os motivos da alteração no cronograma. Em nota genérica, o DAE afirmou que a mudança visa “otimizar o sistema de distribuição” diante da baixa vazão dos mananciais. Porém, moradores e lideranças comunitárias denunciam falta de planejamento, comunicação falha e priorização de outras regiões da cidade em detrimento da Zona Oeste, que historicamente sofre com cortes mais longos.
Para especialistas em gestão hídrica, o problema é agravado pela ausência de investimentos estruturais no sistema de captação e distribuição. “A gestão atual insiste em paliativos, mas o sistema já opera no limite. Sem ações de médio e longo prazo, a crise tende a se repetir ou piorar”, afirmou um engenheiro que preferiu não se identificar.
Em meio à revolta popular, vereadores da oposição criticaram a decisão da prefeita Suéllen Rosim nas redes sociais e cobraram transparência e medidas emergenciais. Já os aliados da administração têm evitado comentar o tema.
Enquanto isso, os moradores seguem esperando pela água que não chega — e por respostas que também parecem longe de vir.








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