Em Bauru, cresce a expectativa de um imbróglio eleitoral que pode ter repercussão além dos limites municipais. O médico e ex-vereador Dr. Raul Gonçalves Paula (filiação ao partido Podemos) já anunciou que poderá disputar deputado federal no pleito de 2026.
Do outro lado – em uma manobra de bastidor – surge a figura da secretária municipal de Assistência Social de Bauru, Lúcia Rosim, mãe da prefeita Suéllen Rosim, que se insinua pré-candidata a deputado federal, fortalecendo o chamado “projeto familiar” municipal.
Quem são os protagonistas
- Dr. Raul: Com trajetória local (vereador, envolvimento em saúde pública, e assunção como deputado estadual interino) e capital político em Bauru e região. Em 2022, já projetava vaga na Alesp.
- Lúcia Rosim: Atua no município, assumiu cargos públicos (como secretária municipal), integra o núcleo de governo da filha prefeita e agora mira voo maior. Eleita suplente em pleito anterior.
O que está em jogo
Para Dr. Raul, trata-se de converter credibilidade local e perfil técnico (saúde) em mandato federal, rompendo a barreira municipal. Já para Lúcia Rosim, a disputa representa não apenas uma candidatura pessoal, mas o fortalecimento de um projeto político-familiar capitaneado por Suéllen Rosim, no qual o espaço na Câmara Federal serve como expansão da influência do grupo.
A última disputa — e o fator “empolgação”
Embora não haja registro público de uma corrida entre ambos para deputado federal até agora, há dois dados que indicam força e fraquezas distintas:
- Dr. Raul obteve visibilidade e nomeação expressiva em pleitos anteriores, o que aumenta seu potencial de empolgar eleitorado.
- Já Lúcia Rosim, embora com estrutura política na cidade, ainda não desencadeou portfólio eleitoral que demonstre alta “empolgação” de massa — o que é um ponto vulnerável em disputas majoritárias.
Possível embate direto
Caso ambos sejam inscritos para deputado federal – Dr. Raul pelo Podemos e Lúcia Rosim sob o guarda-chuva político da prefeita Suéllen Rosim (PSD) ou legenda aliada – existe a possibilidade real de embate direto, com efeitos práticos:
- Mobilização de bases gospel/conservadoras (em que o grupo Rosim tem raízes) contra abordagem técnico-profissional de saúde que vem com Dr. Raul.
- Questionamento sobre “novo ciclo político”: se Bauru manterá hegemonia de um único grupo (Rosim) ou se haverá reviravolta com Dr. Raul.
- Impacto sobre alianças regionais, já que a candidatura federal afeta recursos, visibilidade e influência para municípios vizinhos.
Fragilidades e oportunidades
Para Lúcia Rosim
- O “projeto familiar” pode dar estrutura, mas há risco de percepção de que a candidatura seria mais herança do que inovação.
- Ainda precisa construir narrativa própria e empolgar o eleitorado para além da cidade.
- Como o cenário mencionado coloca que “ela é uma candidata que não empolga”, esse será o desafio principal.
Para Dr. Raul
- Já vem com visibilidade e discurso mais claramente profissional, o que pode atrair eleitores que buscam mudança.
- Precisa ampliar a base eleitoral além de Bauru e romper com a sensação de “candidato de interior” limitado ao município.
Cenários para observar
- Qual será a coalizão de partidos que apoiará cada um — alianças podem definir viabilidade.
- Como será o desempenho nas prévias/primárias e no próprio partido para conquistar legenda competitiva.
- Mensagens de campanha: Dr. Raul focando saúde, técnica, renovação; Lúcia Rosim reforçando continuidade do governo municipal e influência estruturada.
- O posicionamento do eleitorado de Bauru: se ele prefere renovação ou manutenção de grupo político local.
Conclusão
O duelo entre Dr. Raul e Lúcia Rosim tem todos os ingredientes para se tornar uma das disputas mais observadas na região de Bauru rumo à Câmara dos Deputados. Apesar de Lúcia ainda não demonstrar alto grau de “empolgação” junto ao eleitorado, o agrupamento político que a sustenta pode mudar esse cenário. Para Dr. Raul, a chance é de ouro — mas requer campanha forte, aliança robusta e visibilidade ampliada. O relógio eleitoral já está correndo.








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