A prefeita Suéllen Rosim (PSD) pretende ampliar o endividamento de Bauru com um novo empréstimo de R$ 109 milhões junto à Desenvolve SP, destinado a obras de pavimentação e drenagem. A proposta, que ainda precisa ser aprovada pela Câmara Municipal, reacende críticas à política financeira da atual gestão, marcada por sucessivos financiamentos e pouco avanço em obras estruturais prometidas desde o início do mandato.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (7), durante evento na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovações (Sedecon). Segundo a prefeita, o dinheiro seria aplicado em vias como a Avenida Chaim Mauad, trechos do Distrito 3 e na região da Quinta da Bela Olinda — locais que ainda carecem de pavimentação e drenagem adequada.
Apesar do discurso otimista, o valor expressivo do novo empréstimo levanta sérias preocupações. A operação de crédito deve ter carência de três anos, mas a Prefeitura já sinalizou que pretende começar a pagar em cerca de um ano, com prazo total de quitação em até seis anos. Em um município que enfrenta dificuldades para cumprir compromissos básicos e manter investimentos em áreas essenciais, o risco é que o financiamento acabe comprometendo a capacidade de investimento das próximas gestões.
O projeto de lei será encaminhado à Câmara na próxima segunda-feira (10). A prefeita já iniciou articulações com vereadores para garantir aprovação. Nos bastidores, porém, há resistência entre parlamentares e parte da população, que questionam a necessidade de contrair nova dívida em vez de buscar soluções mais sustentáveis de gestão e captação de recursos.
Críticos lembram que Suéllen Rosim já anunciou outros financiamentos milionários ao longo da gestão, mas muitos projetos caminham lentamente, sem a transparência e o impacto prometidos. A nova proposta reforça a percepção de que a prefeita tenta mostrar resultados às vésperas do fim do mandato, deixando a conta para o futuro.
Enquanto isso, os problemas estruturais de Bauru — como buracos nas ruas, falhas no transporte público e falta de planejamento urbano — continuam sem solução definitiva. O empréstimo pode até trazer asfalto novo, mas a pergunta que fica é: a que preço?








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