Fanfulla – Períodico

Bauru enfrenta um problema cada vez mais comum e frustrante para muitos moradores: a falta de ação diante de veículos estacionados irregularmente, bloqueando garagens ou abandonados por longos períodos nas ruas. A situação se agrava porque, segundo relatos da população, a Prefeitura de Bauru e a Emdurb não possuem convênio ativo com serviços de guincho e pátio para remoção desses veículos, deixando os cidadãos sem respaldo quando precisam de uma solução imediata.

Reclamações se acumulam

Em diversos bairros, moradores relatam que já solicitaram intervenção do poder público, mas recebem sempre a mesma resposta: sem guincho e sem pátio conveniados, não há como remover os veículos que atrapalham o acesso às garagens ou que permanecem abandonados, deteriorando o visual urbano e oferecendo riscos.

“Meu carro não consegue sair da garagem porque um veículo desconhecido para todos na rua estaciona diariamente na frente. Já ligamos várias vezes na prefeitura, e a resposta é sempre que não há guincho disponível. Estamos abandonados”, relata uma moradora do Jardim Bela Vista.

Outro caso ocorre na Vila Souto, onde um veículo permanece parado há mais de seis meses. Os vizinhos afirmam que já notificaram a Emdurb e enviaram fotos, mas nada foi feito. “Além do abandono, o carro virou ponto de acúmulo de lixo e insetos. Estamos vivendo com um problema que poderia ter sido resolvido em um único dia, se houvesse estrutura”, desabafa um comerciante local.

Insegurança e sensação de abandono

A ausência de convênio com guincho e pátio não só inviabiliza a retirada de carros irregulares como também contribui para a sensação de desamparo da população. Muitos moradores afirmam que não sabem mais a quem recorrer. Em casos de bloqueio de garagem, por exemplo, a polícia militar até pode autuar o motorista, mas não realiza remoção sem o suporte do guincho municipal.

Especialistas em mobilidade urbana lembram que a remoção de veículos é parte essencial da fiscalização. “Se não existe estrutura para retirar um carro irregular, toda a legislação perde força. A multa, sozinha, não resolve quando há dano direto ao morador”, comenta um urbanista ouvido pela reportagem.

Impacto direto na mobilidade e no convívio urbano

A falta de remoção também gera problemas no deslocamento de pedestres, ocupação irregular do espaço público e até aumento de casos de vandalismo. Em ruas estreitas, um carro mal estacionado pode comprometer o trânsito de ônibus, ambulâncias e caminhões de coleta.

Enquanto o convênio não é restabelecido — ou sequer discutido de forma transparente — os moradores seguem convivendo com transtornos diários.

População pede providências

Moradores cobram que a Prefeitura de Bauru e a Emdurb estabeleçam, com urgência, um novo convênio para garantir a remoção de veículos irregulares. “Não é apenas uma questão de conforto, é de segurança, de direito de ir e vir, de respeito com quem paga seus impostos”, afirma um líder comunitário da região central.

Até lá, a população segue improvisando soluções, registrando boletins de ocorrência e contando apenas com a própria paciência — que, segundo eles, está esgotada.