Recentemente, veio à tona uma série de denúncias envolvendo a 13ª Vara Federal de Curitiba, envolvendo situações que teriam supostamente ocorrido durante a “Operação Lava Jato”, quando Sérgio Moro ainda era o juiz responsável por aquela vara.
Antes de discorrermos sobre estes fatos, não esqueçamos que Lula chegou a falar em reportagem (https://www.cnnbrasil.com.br/politica/na-cadeia-lula-diz-que-pensava-em-f-o-moro-e-se-vingar-dessa-gente/), que possuía o desejo de se vingar de Moro e das pessoas que estavam envolvidas na “Operação Lava Jato”.
Este dado histórico é algo que nos acende um pequeno alerta sobre o que está ocorrendo em Curitiba. Se por um lado, ideologicamente, não concordamos com a atuação de Sérgio Moro, por outro lado, o senso de justiça é algo que deve sempre prevalecer e uma análise cirúrgica dos fatos se faz necessária.
Moro foi visto, durante a “Operação Lava Jato”, como sendo um herói do povo brasileiro, um bastião de moralidade; era idolatrado, ovacionado por uma legião de brasileiros. Jair Bolsonaro, vendo a popularidade do juiz, chamou-o para ser Ministro da Justiça, como forma de conseguir apoio de uma significativa parcela da direita brasileira, que passou a ser conhecida como “lava-jatistas”. Mesmo após divergências com Bolsonaro, o nome de Sérgio Moro permaneceu relevante na política nacional, logrando êxito em se eleger senador pelo Estado do Paraná nas últimas eleições. Desta forma, está claro que Moro não perdeu sua relevância política e sua base de apoiadores.
Por outro lado, porém, o teor das denúncias possui um caráter altamente desmoralizador à atuação de Moro como juiz, que fatalmente macularia a sua imagem pública, na melhor das hipóteses. Com a imagem e reputação arranhada, Moro perderia facilmente significativa parte de seus apoiadores, cairia em um ostracismo sem precedente e, de certa forma, quem possuía “desejo de vingança” a sua pessoa, sentir-se-á vingado: seria um plano perfeito.
Como já denunciado outras vezes neste periódico (https://fanfula.com.br/2025/12/10/o-problema-do-brasil-nao-e-a-lei-penal-mas-a-persecucao-penal/), a persecução penal no Brasil é bastante parcial e o país hoje possui uma das justiças penais menos confiáveis do mundo. Desta forma, acreditar que Sérgio Moro possa estar sendo objeto de algum tipo de perseguição ou plano para destruição de sua reputação e imagem pública, não é um devaneio, mas sim uma possibilidade real, que pode ser confirmada com registros feitos por órgãos de mídia de relevante credibilidade, conforme apontado acima.
Este cenário todo nos faz refletir sobre o que está se passando de fato no Brasil. Recentemente questionamos, em nosso periódico, a fragilidade que atualmente vive a democracia brasileira (https://fanfula.com.br/2025/12/12/ditadura-ou-democracia-para-onde-o-brasil-caminha/) e este tipo de situação, de que estamos falando hoje, nos gera uma inevitável preocupação com o futuro do país: Será que Moro é culpado ou inocente? Se inocente, será que está sendo alvo de uma implacável perseguição política? Se culpado, o quão perigoso é o senador? São questionamentos para os quais provavelmente nunca saberemos a resposta, pois nem tudo é tão claro e cristalino como deveria ser.







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