Em um momento em que Bauru, a 330 km da capital paulista, sofre com a escassez de água, a prefeita Suellen Rosim se viu celebrando as chuvas que caem sobre a cidade. No entanto, essa postura de comemoração esconde um problema estrutural que há muito vem sendo negligenciado pela administração municipal: a falta de planejamento e ações concretas para a criação de reservatórios e alternativas para armazenar água para os períodos de seca.
Enquanto outras cidades, como Botucatu, investem em grandes reservatórios e soluções inovadoras para garantir o abastecimento durante as crises hídricas, Bauru parece se contentar com a sorte, esperando que a chuva venha para resolver um problema que é, na verdade, um reflexo de décadas de descaso e falta de ação da gestão pública.
Comemoração ou Solução?
Na última semana, Suellen Rosim celebrou o aumento das chuvas em Bauru como um alívio para a cidade, que enfrentava um período crítico de estiagem. “As chuvas trazem esperança, uma lufada de ar fresco para os nossos reservatórios”, afirmou a prefeita. Porém, a festa pela precipitação das águas não deveria ser mais do que um sinal de reflexão sobre a falta de investimentos em infraestrutura hídrica no município.
De fato, o aumento das chuvas não resolve os problemas a longo prazo. Ao contrário do que a prefeita sugere, o fenômeno climático por si só não é uma solução para a crise. Em um cenário em que as mudanças climáticas aumentam a imprevisibilidade das chuvas, um planejamento estratégico e a construção de reservatórios são essenciais para garantir que a cidade não sofra com a falta de água durante os períodos de seca.
Botucatu Como Exemplo
Enquanto Suellen Rosim se limita a comemorar as chuvas, a cidade vizinha de Botucatu tem dado um exemplo de planejamento e ação. Recentemente, Botucatu construiu um grande reservatório de água, projetado para garantir o abastecimento contínuo em caso de escassez hídrica. A obra, que foi desenvolvida com tecnologia de ponta, prioriza a sustentabilidade e a gestão eficiente dos recursos hídricos, visando um futuro mais seguro para seus habitantes.
O investimento em reservatórios de grande porte não é uma medida difícil de ser tomada, mas exige visão e comprometimento. A cidade de Botucatu não esperou que as chuvas resolvessem o problema, mas tomou a iniciativa de criar soluções duradouras, visando a preservação do recurso natural mais essencial à vida: a água.
A Falta de Planejamento em Bauru
Bauru, por outro lado, continua a depender da boa sorte quando se trata de água. Não há planos claros ou investimentos concretos para a criação de reservatórios que possam garantir o abastecimento a longo prazo. O município já enfrentou sérias crises hídricas no passado, e o risco de racionamento volta a ser uma realidade. A falta de infraestrutura, a escassez de fontes de abastecimento e a demora na implementação de soluções tornam o cenário cada vez mais crítico.
A situação é agravada pela dependência de fontes de água externas, como o Sistema Cantareira, que abastece a região. Quando esse sistema sofre com a escassez, Bauru sente o impacto diretamente, e não há alternativas imediatas para suprir a falta de água, pois a cidade não possui reservas de grande porte.
O Que Falta Para Bauru?
O principal problema de Bauru é a falta de um planejamento hídrico a longo prazo. Enquanto outras cidades de porte similar ou menor estão investindo em soluções sustentáveis e eficazes para garantir água de qualidade e em quantidade suficiente para seus habitantes, Bauru parece estar mais preocupada em celebrar as chuvas, como se elas fossem a única resposta para o problema.
É urgente que a gestão de Suellen Rosim repense suas prioridades e tome decisões ousadas, baseadas em planejamento e investimento em infraestrutura. Construir reservatórios, como fez Botucatu, é apenas um passo, mas é um passo necessário. Além disso, a cidade precisa investir em sistemas de reaproveitamento de água, melhorias no tratamento de esgoto e, sobretudo, na educação ambiental da população, para garantir que a água seja usada com mais responsabilidade.
Se Bauru não acordar para a realidade da escassez e da gestão inadequada da água, as consequências para a cidade serão ainda mais graves no futuro, com impactos diretos na qualidade de vida de seus habitantes e no desenvolvimento econômico local.
Conclusão:
A prefeita Suellen Rosim comemora as chuvas, mas a verdade é que a gestão de Bauru ainda está longe de fazer o dever de casa. Enquanto a cidade celebra a chuva como uma solução temporária, Botucatu já se prepara para o futuro com ações concretas e planejadas. A questão da água exige mais do que palavras e festividades; ela exige ações que garantam segurança hídrica para todos. Se Bauru continuar sem criar suas próprias soluções estruturais, a festa pela chuva pode não ser suficiente para garantir o bem-estar de sua população nos próximos anos.








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